O azeite agora é o item mais visado por ladrões em estabelecimentos comerciais na Espanha, ganhando a alcunha de “ouro líquido” devido à sua elevada taxa de furto em supermercados do país.

Este aumento nos roubos é atribuído ao escalonamento dos preços do azeite, consequência direta de secas e ondas de calor que afetaram a produção, fazendo com que o preço deste essencial da culinária disparasse. Em grande parte da Espanha, o azeite superou até mesmo o presunto ibérico na lista de produtos mais frequentemente furtados.

A Espanha, líder mundial na produção de azeite, vê este produto como um pilar de sua economia e cultura culinária. A inflação tem impactado severamente os custos, com o preço por quilo do azeite saltando de 2,13 euros em fevereiro de 2020 para 8,88 euros, marcando um aumento de 70% no último ano. Este pico resultou em um aumento significativo nos preços ao consumidor, indo de aproximadamente 5 euros para até 14 euros por quilo.

Para combater o furto, lojas em toda a Espanha começaram a adotar medidas de segurança mais rigorosas, incluindo o uso de correntes em garrafas maiores ou aplicação de etiquetas de segurança similares às usadas em bebidas alcoólicas caras.

Especialistas, como Alejandro Alegre da STC, afirmam que os furtos não são motivados por necessidade, mas sim por ações de organizações criminosas que revendem o azeite no mercado ilegal. Além do azeite, itens como presunto ibérico, queijos curados, lâminas de barbear e álcool também estão entre os mais roubados, refletindo uma preferência por produtos mais sofisticados em comparação com outros países europeus, onde o álcool lidera a lista de furtos.

A situação pode ter um vislumbre de esperança com o aumento da produção de azeitonas após um ano de fortes chuvas, potencialmente reduzindo os preços. Contudo, persiste a preocupação com a falta de interesse dos investidores e de mudas suficientes para atender à demanda, apesar da disponibilidade de mais terras para o cultivo de oliveiras.